De tudo que Sartre escreveu, talvez o mais significativo não esteja no seu tratado existencialista, ou nos romances, nem em suas peças e contos. Mas num livro de memórias chamado "As palvras" (le mots). Trata-se de um relato poético sobre a sua infâcia e o seu amor pelos livros. Há em todo livro frases desconcertantes como: " os livros foram meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos, meu estábulo e meu campo: a biblioteca era o mundo colhido no espelho e tinha sua espessura infinita" ou "Eu achara a minha religião: nada me pareceu mais importante do que um livro".
No entanto, a frase mais pertubadora é "comecei minha vida como hei de acabá-la, sem dúvida no meio dos livros". Pertubadora, porque o amor pelos livros pode ser algo perigoso a ponto de acabarmos por trocar as pessoas pelos livros. No meu caso é diferente, talvez eu acabe no meio dos livros por outro motivo, talvez eu a Deisi sejamos, literalmente, soterrados por eles neste exíguo apartamento.
Neste sentido, acho que Sartre tem razão.
No entanto, a frase mais pertubadora é "comecei minha vida como hei de acabá-la, sem dúvida no meio dos livros". Pertubadora, porque o amor pelos livros pode ser algo perigoso a ponto de acabarmos por trocar as pessoas pelos livros. No meu caso é diferente, talvez eu acabe no meio dos livros por outro motivo, talvez eu a Deisi sejamos, literalmente, soterrados por eles neste exíguo apartamento.
Neste sentido, acho que Sartre tem razão.
Para Deisi
O mundo gira quando
Cada vez que tu despertas
Deus entende
Que é sempre primavera
O teu olhar amanhecido
Pinta o céu
No azul mais profundo
Teu sorriso
Desabrocha as flores
E o teu singelo gesto
De levantar
Põe de volta
O mundo a girar
Um comentário:
muito poético está este blog. cada vez melhor.
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