sábado, 6 de dezembro de 2008

Sexta e sábado

Forasteiro

Estou vindo de um lugar que não há mais
Um lugar onde as mulheres
Eram vestidas de sol
E os homens fechavam os olhos
Para senti-las passar

De onde eu venho não há solidão
E o tempo é algo tão longínquo
Quanto qualquer instante
Desenhado no horizonte

De onde eu venho
Cada lágrima tecida
Comove todos os homens e todas as mulheres
E os velhos por um momento
Deixam suas memórias
Para reconhecer um pouco mais de tristeza




Alma

O poema é a morada
Das minhas angustias
A história da minha poesia
Está submersa nas almas
De todos os homens
E de todas as mulheres

Meus poemas são memórias

E a memória está sempre ameaçada pelo tempo

No entanto, a memória se defende
Inventando passados

Imaginando vestígios
Driblando verdades

Mas a verdade só é
O caminho que vou imaginando

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