domingo, 14 de dezembro de 2008

Salvo

Salvo


Não escrevo poemas
Para me ajudar

Poemas nunca me ajudaram
Em nada

Um poema nunca me deu um auxílio

A poesia não serve para isso

Um poema não pode ajudar ninguém

Mas um poema pode nos salvar
Todos os dias

Porque há um abismo entre ajudar e salvar

Ser salvo é abandonar-se nas mãos de Deus

Hoje me abandonei novamente nas mãos da poesia

Mas não escrevo apenas para ser salvo

Escrevo também para equilibrar o sol no horizonte

Escrevo para dilatar minhas pupilas

E reconhecer a realidade de um sonho

2 comentários:

Vinicius Rodrigues disse...

"Com música forte eu venho,
com minhas cornetas e meus tambores:
não toco hinos só para os vencedores consagrados
toco hinos também para as pessoas batidas e assassinadas."

Walt Whitman

Canta a ti mesmo - como Whitman - e te salvarás da danação da mediocridade. Muito tri teu blog, Jeferson. Demorei para visitá-lo, mas agora o fiz e teus textos estão ótimos. Visita o nosso também - usamos ele como amparo às nossas aulas de Literatura e Língua Portuguesa:
www.devaneioliterario.blospot.com

Um abraço e boas férias!

Vinicius Rodrigues disse...

Uma pequena ressalva:

www.devaneioliterario.blogspot.com